sábado, 25 de fevereiro de 2012

Falta formação específica no ensino especial

Por Rita Araújo

“Relatório da IGE aponta falhas na formação dos professores e omissões nas estratégias a adotar

Falhas na formação específica em Educação Especial (EE), ausência de serviços de psicologia e estratégias omissas relativamente aos alunos portadores de Necessidades Educativas Especiais são algumas das conclusões do último relatório da Inspeção-geral de Educação (IGE). No documento, referente a 2010-2011, pode ler-se que "o acesso a formação, no âmbito da EE, por parte dos educadores de infância e dos professores do ensino regular é apontado pela escola como uma necessidade a colmatar".

Celmira Macedo, da Associação de Pais e Amigos de Crianças com NEE do distrito de Bragança, aponta a questão da formação como "central". "A maior parte dos professores não tem formação específica", reconhece. Admitindo que a formação "não faz milagres", declara que "ajuda os professores, dando-lhes ferramentas para lidar com os alunos". Sublinhando a importância de promover a "inclusão social dentro da turma", Celmira Macedo refere que a igualdade de oportunidades ainda é uma "realidade pouco presente".

Os psicólogos são uma das peças -chave deste problema; o relatório também refere a ausência, em algumas escolas, de serviços de psicologia e orientação."Na maioria das escolas, a EE não é assumida como elemento estratégico do desenvolvimento organizacional" e os documentos estruturantes são "frequentemente omissos" em relação a estratégias a desenvolver no apoio aos alunos com NEE.

O documento abre ainda a possibilidade "de alargamento da atividade aos estabelecimentos de ensino particular e corporativo de educação especial". Celmira Macedo adianta que, desde que seja assegurada a "qualidade da intervenção" junto das crianças, "não importa" se o estabelecimento de ensino é público ou privado.
Para a elaboração deste relatório foram inspecionados 46 agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas na área das cinco delegações regionais da IGE.

Privilegiaram-se as escolas dotadas de unidades de ensino estruturado do espectro do autismo, apoio especializado para multideficiência e surdocegueira congénita, escolas para alunos surdos ou cegos e com baixa visão e agrupamentos de referência para a intervenção precoce na infância”

Público 2012-02-23

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