sábado, 22 de junho de 2013
[acessibilidade] Após implante, garoto ouve a voz do pai
“Bom dia,
Ouvir a voz do pai, da mãe, dos irmãos, dos amigos, dos colegas e professora na escolinha, o sussurrar do vento, o canto das aves, o cantar do galo ao amanhecer, o marulhar das ondas do mar junto à praia, o zumbido de um inseto, o barulho das coisas moedas que caem no chão, o tilintar das chaves da porta de casa, escutar rádio, TV, CD's e DVD's, o chamamento de alguém na rua, o barulho da água de uma torneira aberta por esquecimento, o miar de um gato, o ladrar de um cão e, quando já se é adulto, a voz da - ou das?- namorada, da esposa e, depois, dos nenés..., são milagres que a vida reserva a quem tendo nascido surdo ou tenha perdido a audição a tecnologia vai proporcionando enquanto o Homem não perder a capacidade de Acreditar e de se surpreender em busca de uma outra qualidade de vida que de outra forma não seria possível ou se tenha perdido por razões que a própria ciência e medicina ainda desconhecem. Importa, no entanto, esclarecer o seguinte: - Ao contrário de muitas outras intervenções cirúrgicas o sucesso de todo o processo de, e até à, cirurgia do implante depende de muito mais fatores que as outras cirurgias; pois que há fatores de ordem física, patológica, psicológica e de desenvolvimento pessoal do candidato e futuro usuário do implante-coclear poderão condicionar todo isso. Isto para dizer que, ao contrário do que muitos ainda julgam, que não basta fazer implante-coclear e colocar o processador de voz/fala para que uma pessoa fique imediatamente apta a escutar todos os sons que atrás referi e mais outros tantos. Depois da cirurgia decorrerá cerca de um mês de cicatrização e de assimilação da nova realidade fisica pelo corpo humano; após este período será então feita a ativação do implante-coclear/processador de voz/fala e, a partir daí, começa um caminho de programação e mapeamento de todo esse sistema em razão das capacidades que o córtex cerebral auditivo vai adquirindo em reconhecer os sons que o técnico de audiologia vai experimentando em cada sessão de programação e mapeamento, pois que o ouvir também se "educa" e é com essa educação/capacitação - quando, e se, bem-sucedida - temos a grata alegria de ver abertas e escancaradas as portas da acessibilidade auditiva! Tudo isto, apesar da muita ansiedade à mistura! É maravilhoso, e embora o medo sempre nos acompanhe desde o 1º segundo de todo este processo devo citar aqui uma frase de Richard Bach - em "Nada ao acaso"- que diz: - "Nada é mais belo que o medo desvanecido", ou ainda o nosso Fernando Pessoa" Deus quer, o homem sonha, a Obra nasce".
Grande Abraço,
Zé Pedro”
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