“Tenho saudades de Portugal, daquele Portugal cujos horizontes iam muito para lá do Cabo da Boa Esperança e que fazia do lendário Gigante Adamastor um brinquedo do nosso imaginário infantil.
Tenho saudades do Portugal que à cerca de 900 anos foi conquistando o seu canteirinho à beira-mar plantado gradualmente expulsando os moiros até que
estes abandonaram definitivamente o território então conquistado.
Tenho saudades do Portugal onde habitaram homens honestos, rectos e cientes
da sua moral como o foi Egas Moniz que não se coibiu de colocar a sua cabeça
a prémio, e da demais família, diante do monarca que sentia ter traído ou
não ter sido merecedor da continuidade da sua confiança.
Tenho saudades daquele Portugal onde habitava um povo ciente da sua
portugalidade fez valer a sua vontade de ser português diante da ameaça
castelhana de tomar as rédeas dos destinos de Portugal e, expulsando essa
possibilidade, correu às cortes elegendo o Mestre d'Aviz como guia dos
destinos dessa nação.
Sim., tenho saudades!- tenho saudades porque homens houve que por via da sua miopia incontrolável deixaram de ver para lá do Cabo de S. Vicente, virando as costas aos centenários horizontes deste Portugal de que atrás disse ter saudades e lhe voltaram as costas a esses horizontes confinando-os a uma Europa que, mal gerada e plena de incertezas, não amadureceu desde o Tratado de Roma a ponto de que qualquer dos outros tratados que se lhe seguiram mais não passaram de um "fato feito por medida" que tendo sido mal idealizado está hoje a rebentar pelas costuras.
O que é a Europa, eu ainda o não consegui perceber, mas sei perfeitamente que Portugal não é, nunca foi e, espero eu, nunca será o que muitos quiserem mas que não o que os portugueses sempre quiseram;
- Ir mais além!
José Pedro Amaral
21.11.2011"
domingo, 27 de novembro de 2011
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