sábado, 1 de maio de 2010

Como conviver com os utilizadores de aparelho auditivo?

Comunicação:
Normalmente, uma audição deficiente afecta cabalmente a capacidade de comunicar. Como a própria comunicação representa uma necessidade fundamental para a grande maioria das pessoas, é importante ter em conta que uma boa comunicação implica, pelo menos, a existência de duas pessoas. Uma comunicação deficiente não será ocasionada por apenas uma das partes. Ao conviver com pessoas com uma audição deficiente, é importante esforçar-se para melhorar a comunicação.

Período de Adaptação:
Como amigo ou familiar de um utilizador de aparelho auditivo, é importante que conheça os benefícios que os aparelhos auditivos podem oferecer. Muitas pessoas pensam, por engano, que o aparelho auditivo restaura a audição do utilizador. Mas isso raramente acontece.
Um aparelho auditivo é uma ajuda sem par para o deficiente auditivo, mas também representa para os principiantes uma mudança brusca. A imagem sonora fica alterada por inteiro, a própria voz do utilizador parece diferente e os sons que durante muitos anos estiveram desaparecidos voltaram a ter presença. Estes factos obrigam a um longo período de habituação. É nesta fase que o esforço dos familiares e colegas é da maior importância.

Leitura labial, contacto com os olhos e contacto físico:
Com uma audição imperfeita, o deficiente terá de recorrer ainda mais aos seus outros sentidos. Tanto a visão, como o sentido táctil e a intuição passam a ser ferramentas importantes de apoio à comunicação. Quando se fala com um utilizador de aparelho auditivo, que certamente recorre à leitura labial, é importante que não lhe voltemos as costas. Procure entrar em contacto com os olhos do deficiente auditivo, por exemplo, chamando-o pelo seu nome. Entre pessoas que se conhecem bem haverá também a possibilidade de tocar na pessoa para a sua atenção.

A distância:
Outro factor importante é a distância. É da maior importância que esta não seja grande. O volume sonoro é reduzido a metade, quando a distância é duplicada, pelo que bastam poucos metros para resultar numa comunicação frustrada.

Gritar não ajuda:
Muitas pessoas com audição normal pensam que basta gritar. Todavia, isso raramente ajuda, porque não é o volume sonoro que constitui o maior problema para o deficiente auditivo, mas sim a pronúncia de cada palavra. Será portanto, uma ajuda muito maior falar lenta e distintamente – contudo, sem exagerar.

Algumas pessoas ouvem-se melhor do que outras:
Quando se começa a ter problemas com a audição, são frequentemente determinados sons que não de conseguem ouvir ou que são confundidos com outros. O deficiente auditivo julga ser capaz de ouvir, mas não entende a mensagem falada. Em tais situações, pode ser uma grande ajuda empregar outras palavras, da mesma maneira como se pondera na escolha de vocabulário quando se fala com um estrangeiro.

Ruídos de fundo:
É importante ter em conta que qualquer forma de ruído de fundo torna a comunicação mais difícil para os utilizadores de aparelho auditivo. Quando se deseja ter uma conversa e, como a maioria das pessoas não deseja ser um fardo, pode ser uma grande ajuda desligar, por exemplo, a rádio e a televisão. Crianças a gritar ou grupos a falar todos ao mesmo tempo também podem contribuir para que o deficiente auditivo desista e se retire do convívio.
Para algumas pessoas, uma perda auditiva pode acarretar problemas psíquicos ou sociais. A dificuldade em poder acompanhar pode resultar no isolamento, na solidão e na depressão. Por isso, pode ser uma grande vantagem se os companheiros conseguirem oferecer apoio e estimular o deficiente auditivo a procurar ajuda profissional.
Muitos deficientes auditivos, enfrentam um sentimento de culpa ou de vergonha, se involuntariamente entenderem uma conversa mal ou derem uma resposta inconveniente. Também nessas situações, os companheiros podem dar a sua ajuda e compreensão.
Frequentemente, para os deficientes auditivos, só o facto de estar sempre à escuta consome muitas energias. Por isso, o cansaço, o stress ou a sensação de esgotamento podem ser consequências susceptíveis de afectar os deficientes no emprego. Nestes casos, é importante que tanto a gerência como os colegas compreendam as suas dificuldades.

Retirado da brochura nº 5 da Widex – high definition hearing (http://www.widex.pt)

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