“Quando uma crise desafia o futuro coletivo de um povo não há muito espaço para outras angústias. Essa angústia maior de um futuro que dissipa tende a monopolizar a estrutura emocional de toda a gente.
Nestes tempos, porém, em que tudo de mede pela lógica do dinheiro, dos cortes e da austeridade, convém não ignorar o que nos coloca perante o mais essencial da vida. Ontem, duas irmãs de 74 e 80 anos foram descobertas mortas em casa, há várias semanas, no centro de Lisboa.
Idosas, doentes, sem família, sem nada. Sem um pingo de ajuda ou de preocupação de um Estado cada vez mais exíguo, cada vez mais um mero suporte de uma elite endinheirada e longínqua do povo”.
(Eduardo Dâmaso, in., Correio da Manhã, Quinta-feira, 26/01/2012, pag. 52)
domingo, 29 de janeiro de 2012
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